Em meados do século XIX, a Parede, que, então, integrava a freguesia de S. Domingos de Rana, já constituÃa um importante núcleo populacional associado à extração e preparação de pedra, onde subsistiam, também, uma pequena comunidade piscatória e alguns agricultores. Ainda que, no princÃpio do século passado se anotasse que o seu território se caracterizava por «retângulos de terreno […] circundados de muros de pedra solta [que] eram vinhas que produziam o bom vinho de Carcavelos, e que a filoxera destruiu por completo», a localidade assistiria, a partir de 1890, ao nascimento de um novo bairro, entre o caminho-de-ferro e o oceano, por iniciativa de José Nunes da Mata, que, nesse ano, a visitou pela primeira vez e veio, depois, a assumir-se como o seu principal divulgador.
O Sanatório de Sant’Ana, nascido da vontade de Amélia e Frederico Biester em honrar a memória de sua irmã e cunhada, vÃtima de tuberculose, cedo se transformou no ex libris da região. A primeira pedra foi lançada em 1901, procedendo-se, três anos depois, à inauguração das três secções concluÃdas, não obstante o edifÃcio só ser definitivamente terminado em 1912. Desde então, a Parede afirmou-se enquanto área privilegiada para a cura e profilaxia de várias doenças, em função da praia e do sol. Mercê da divulgação das razões da fixação deste e de outros sanatórios na localidade, o número de visitantes aumentou de forma extraordinária, transformando-se os tabuleiros – macas montadas sobre carrinhos de quatro rodas com volante – num dos seus Ãcones.